Manifestações do RS

Folguedos



Baile do Candombe




Baile onde os dançarinos formam uma meia lua em torno de uma fogueira, intercalando homens e mulheres de pés descalços e roupas simples. Dançam ao som de três tambores: Tibitibi, Cangegera e Santo Antônio. Os tocadores ficam de costas para a fogueira, sentados sobre os tambores que ficam entre suas pernas. No centro localiza-se a “Cumba”, crioula que agarra a saia e executa requebros e meneios, aproximando-se dos participantes e dando umbigadas. Ela canta canções que são repetidas pelos dançantes. Acontece em Bom Retiro do Sul e região do Alto Taquari, eram escolhidas determinadas épocas do ano para que o Baile do Candombe pudesse acontecer. (Fonte: CÔRTES, J. C. Paixão. Folclore Gaúcho: festa, bailes, música e religiosidade rural. Porto Alegre: CORAG, 2006. 426p.)



“Paulino da Rosa, de Bom Retiro, acompanhando-se ao tambor 
cangenera interpreta cantigas de candombe e mostra o posicionamento 
do tocador sentado no instrumento, e a maneira de tirar o som 
do mesmo, com as mãos. No fundo, o gravador de fita de papel, 
o qual precisava pagar para as viagens de ônibus, 
devido às suas dimensões.”  Bom Retiro do Sul, 1951. (Paixão Côrtes – p. 193)

“Dona Pombica mostra, com o filho de Silva Velho, onde, 
outrora, em suas terras soavam os tambores afro do Camdombe, 
no interior do município de Bom Retiro do Sul.” 
Bom Retiro do Sul, 1950. (Paixão Côrtes – p. 194)



Batuque



Manifestação urbana de aspecto profano, semelhante ao Candomblé baiano, Macumba carioca e ao Xangô pernambucano. Festa em que os escravos negros cantavam e dançavam ao som de instrumentos de percussão. O batuque era regulado por códigos e posturas municipais que diziam como e onde a manifestação poderia acontecer e também, como os participantes deveriam se portar. Acontecia em formato de roda composta por dançarinos, músicos e espectadores, no centro um dançarino solista a quem pertence a coreografia. A dança apresenta movimentos violentos das ancas, sapateados, palmas, estalar de dedos, tem como movimento específico a umbigada, elemento executado pelo solista quando este escolhe um participante para substitui-lo no meio da roda. Há registros desta manifestação em Santo Antonio da Patrulha, Cruz Alta e Porto Alegre. (Fonte: CÔRTES, J. C. Paixão. Folclore Gaúcho: festa, bailes, música e religiosidade rural. Porto Alegre: CORAG, 2006. 426p.)

“Devemos ao germânico Hermann Rodolf Wendroth [...]
a primeira documentação pictórica com cena musi-coreográfica
de motivo afro que se desenvolveria no Rio Grande do Sul.
 Entre as preciosas aquarelas sobre hábitos e costumes está
a que vemos acima e que recebeu o título: 'Dança de Negros'.”
 (Paixão Côrtes – p. 247)



Bumba-meu-boi



Boizinho é um folguedo variante do Bumba Meu Boi. Uma dança teatral que por vezes se limitava ao desfile simples de um boi pelas ruas da cidade durante o carnaval, enquanto era acompanhado por um grupo de homens ao som de um refrão. Em Vacaria, era uma festa alegórica, precedida de ensaios e movimentos prescritos. Havia uma armação de pedaços de taquara, que formava a carcaça do boi, coberta de pano pintado, nas pontas prendia-se a cabeça e a cauda. Um homem colocava-se embaixo da carcaça, movimentando-a e dançando, fazendo mesura aos espectadores. Tal folguedo terminava com a distribuição de carne à comunidade. No auto do Boizinho no litoral, aparecem as figuras de mestre e contramestre, que puxavam a cantoria, narrando os quadros e requerendo a participação do público. Em determinado momento acontecia a morte do boi e pediam-se contribuições aos espectadores para comprar remédio e curar o animal. Na cidade de Vacaria, era costume o Boizinho acontecer no Dia de Reis, 6 de janeiro. Em algumas localidades a manifestação acontecia no carnaval, enquanto que em Encruzilhada do Sul era realizada no primeiro sábado após o carnaval. O Boizinho também esteve presente nas cidades de Viamão, Santo Antonio da Patrulha, Caxias do Sul, Jaguarão, Passo Fundo, Torres, Osório. (Fonte: CÔRTES, J. C. Paixão. Folclore Gaúcho: festa, bailes, música e religiosidade rural. Porto Alegre: CORAG, 2006. 426p.)

“Integrantes do Boi de Encruzilhada”
 Site: http://1.bp.blogspot.com/_RHBJS3Tg67M/SlPU9TmWnkI/AAAAAAAAAQo/0khszcRA2tk/s400/boie.jpg  visitado em: 15/12/2015 às 15:37

“Mestre Firmino, com 82 anos, comanda a festa.”
Site: http://2.bp.blogspot.com/_RHBJS3Tg67M/SlPsmKdwwqI/AAAAAAAAARI/RF7GM9rz03k/s400/mestre+firmino.jpg  visitado em: 15/12/2015 às 15:40

“Boi de Encruzilhada do Sul no carnaval 2016”
Site: http://www.encruzilhadadosul.rs.gov.br/prefeitura/_misc/img/common/img/noticia/n734/imagemNoticia.jpg  visitado em: 27/02/2016 às 22:00


Carnaval(is)



O Carnaval no Rio Grande do Sul está à margem dos principais carnavais de rua de outras regiões do país, como São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Olinda e Recife; e muitas pessoas no território brasileiro desconhecem sua existência e sua importância. No Estado se festeja o carnaval de diversas formas, temos a presença de blocos burlescos, das escolas de samba adultas e mirins, das bandas carnavalescas, dos cordões, entre outras atrações. Dependendo da região onde é realizado, a festa assume ares próprios, adotando aspectos da cultura local. Os Carnavais que mais se destacam no Rio Grande do Sul são: Cruz Alta, que até os anos 2000, realizava o Carnaval D’agua, com bacias de água que eram despejadas das casas sobre quem passava na rua, com jogos semelhantes ao Entrudo, e hoje, realiza desfiles de escolas de samba como atração; Rio Grande que se destaca pela presença dos conjuntos acadêmicos e o desfile dos blocos burlescos na Praia do Cassino; Santa Barbara do Sul, que até hoje comemora a data com o Carnaval do Barro; Encruzilhada do Sul que tem a presença do Bumba-meu-boi no Enterro dos ossos; Pelotas conhecida pelo seu carnaval de rua, com blocos, bandas e escolas de samba e ainda os bailes nos clubes sociais da cidade; Porto Alegre que também tem grande destaque com as escolas de samba, e mais recentemente os blocos no carnaval de rua do bairro Cidade Baixa. Ainda se destaca o Carnaval de Jaguarão, com trios elétricos semelhantes aos do carnaval de Salvador; e Uruguaiana que realiza o carnaval fora de época, com desfile das escolas de samba, que trazem personalidades do carnaval do Rio de Janeiro e São Paulo, e que acontece sempre algumas semanas após a data oficial do Carnaval. (Fonte: JESUS, Thiago Silva de Amorim. Corpo, Ritual, Pelotas e o Carnaval: Uma análise dos desfiles de rua entre 2008 e 2013. 2013, 367f. Tese (Doutorado em Ciências da Linguagem) – Universidade do Sul de Santa Catarina, Palhoça, 2013.- MARQUES, Lilian Argentina B. et al. Rio Grande do Sul: Aspectos do Folclore. Porto Alegre, Martins Livreiro, 2004. 178p.)

Desfiles das Escolas de Samba grupo especial - Pelotas/RS - Marques, 2011

Desfiles das Escolas de Samba grupo especial - Pelotas/RS - Jesus,2011

Cavalhadas



Este folguedo consiste em uma luta simulada a qual os participantes representam uma batalha religiosa entre Mouros e Cristãos. Através de evoluções equestres e movimentos de espada lança e pistola, os 24 participantes, representam a vitória dos cristãos, tomada do castelo e batismo dos mouros, convertidos ao cristianismo. As cavalhadas celebram a vitória do bem sobre o mal. No Rio Grande do Sul as cavalhadas encontraram um ambiente adequado para se desenvolver, devido as condições mesológicas, a exploração agropastoril e a formação histórica do estado, repleta de lutas de fronteira e revoluções. A apresentação das cavalhadas se caracteriza através de cinco aspectos: o dramático – troca de embaixadas e lutas; o tragicômico – morte do espia; o recreativo – provas de diversões; o hilariante – movimentação dos palhaços; e o social – baile dos corredores. A parte encenada, entre mouros e cristãos, acontece pela manhã. À tarde são feitas as recreações: corrida da argolinha e derrubada das cabeças. Já a noite acontece o baile dos corredores. As principais manifestações das cavalhadas são vistas nas cidades de Santo Antonio da Patrulha, Vacaria, Viamão, São Francisco de Paula, Caçapava do Sul e Gravataí; geralmente junto às comemorações das Festas do Divino Espirito Santo e outros santos padroeiros, sem ter uma data fixa definida. (Fonte: CÔRTES, J. C. Paixão. Folclore Gaúcho: festa, bailes, música e religiosidade rural. Porto Alegre: CORAG, 2006. 426p.)


“Cavalhada em Cazuza Ferreira – São Francisco de Paula”
Site: http://3.bp.blogspot.com/-8yJcO5rOnCQ/Tcp4MbadmrI/AAAAAAAAD_U/3ditmHAhrpE/s400/Cavalhadas%2B01.jpg    visitado em 15/12/2015 às 15:10

“Cavalhadinhas em Santo Antonio da Patrulha”
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“Mouros e Cristãos – Não há uniformidade quanto aos casacos de cada esquadrão.
A capacidade criativa de cada costureira segue um toque de tradicionalidade
e requinte, no veludo vermelho (mouro) e no azul (cristão).
Uma constante: a estrela-guia de Moisés e a lua crescente dos súditos de Maomé.” (Paixão Côrtes – p. 64)


Congadas



Manifestação popular de origem africana, de cunho católica em homenagem à Nossa Senhora do Rosário. Dependendo da regiao em que ocorrem, as Congadas recebem diferentes denominações. Em Osório, são chamadas também de Maçambiques; em Tavares, de Ensaio de Promessa. No entanto, são a mesma manifestação cultural. O folguedo inicia com o levantamento do mastro por um grupo de dançantes chamado Maçambiques. Este grupo é dividido em: Vara dos dançantes, os bailarinos; e Tripulação, constituida pelo Alferez-da-bandeira, dois Capitães-de-espada, Capitão ou Guia dos dançantes e dois Tamboreiros. Enquanto que a Tripulação segue a uma vestimenta específica: boné, calça, camisa e casaco brancos, e estão calçados; a Vara dos dançantes está descalça e é dividida em dois grupos: azuis e vermelhos, identificados por uma fita que ornamenta suas vestes. Cada dançante carrega um par de maçaquaias e guizos abaixo do joelho, que irá auxiliar na marcação do ritmo. O grupo de dançantes tem por obrigação buscar os festeiros e reis em suas casas no dia da festa. Quando reunidos no salão, Rei Congo e Rainha Ginga são homenageados com danças e cantorias. Em seguida, dirigem-se à igreja para que as coroas sejam abençoadas e os reis coroados pelo sacerdote. Ao retornar para o salão, os dançantes realizam a Dança do Lenço. O principal momento da festa acontece na procissão de Nossa Senhora do Rosário, onde os Maçambiques participam tocando e dançando. Ao entardecer, os participantes descem o mastro. As Congadas acontecem em Osório e em Tavares no mês de outubro, na época da festa de Nossa Senhora do Rosário. (Fonte: MARQUES, Lilian Argentina B. et al. Rio Grande do Sul: Aspectos do Folclore. Porto Alegre, Martins Livreiro, 2004. 178p.)

“Congadas de Osório – 1945.” LETNO, Milton Kroef. 
Osório, 1945. (Luciana Prass – p. 181)

“Congadas de Osório – 1945.” LETNO, Milton Kroef.
Osório, 1945. (Luciana Prass – p. 195)

“Congadas de Osório – 1945.” LETNO, Milton Kroef.
Osório, 1945. (Luciana Prass – p. 200)


Ensaios de Promessa de Quicumbi




Esta manifestação é realizada por intermédio de uma Irmandade Religiosa, e é caracterizada pelo catolicismo folclórico. Seus integrantes pagam uma promessa alcançada através de cantos, rezas e danças. O pagamento de Promessa de Ensaio não é exclusivo à Nossa Senhora do Rosário, ele pode ser feito também a outros santos da Igreja Católica. Pode ser realizado no terreiro da casa de quem esta pagando a promessa ou dentro desta casa. Na cidade de São José do Norte, a Irmandade vestia-se de branco (calça, camisa, avental, casquete com fitas), semelhante aos Quicumbis. Já no Rincão de Cristovão Pereira e em Tavares, seus participantes usavam roupa domingueira: calça colorida, casaco de tonalidades variadas, sapatos, cabeça coberta com bonés de confecção artesanal. Momentos do Ensaio: o grupo formado por 8 à 10 pares masculinos, dirige-se em duas filas até onde acontecerá o ato religioso, à frente, estão mestre e contra mestre puxando as cantorias e os movimentos coreográficos. O pagador espera a Irmandade em frente sua casa, e os convida para entrar dirigindo-se ao oratório. Os pagadores de promessa, depois de depositar o respectivo santo e a vela no Oratório, deixam espaço livre para a Irmandade trabalhar. À frente do oratório, os dançantes se colocam em duas filas, Mestre e o Contra Mestre tocam seus instrumentos e fazem movimentos coreográficos puxando a cantoria. Os dançantes procuram imitar seus movimentos, as coreografias são simples e os movimentos de acordo com os ritmos e andamentos musicais. Antes de encerrar a solenidade, é realizada uma figura circular, na qual os dançantes formam rodas de dois pares e utilizam lenços, cruzando entre si, cantando e dançando. A despedida acontece no mesmo lugar onde iniciou o pagamento da promessa. Acontece na área campesina de Palmares do Sul, Mostardas, Tavares e São José do Norte. Pode ser realizado em qualquer data e a qualquer hora dependendo da promessa que está sendo paga. (Fonte: CÔRTES, J. C. Paixão. Folclore Gaúcho: festa, bailes, música e religiosidade rural. Porto Alegre: CORAG, 2006. 426p.)


“Paulo, Seu Orlando e Seu Silva, as três gerações reunidas.”  
(Janaina Campos Lobo – p. 117)

“O altar a espera da caixinha de Nossa Senhora do Rosário.”  
(Janaina Campos Lobo – p. 63)

“A ginga durante o pagamento de promessa da falecida Inácia.” 
(Janaina Campos Lobo – p. 129)


Embaixadas



Esta manifestação religiosa de origem negroide que permaneceu presente na lembrança de velhos quicumbeiros era a dramatização da luta entre duas facções guerreiras nas terras da África. Nela estão presentes as figuras de militares (capitão, general, soldados), monarquistas (rei, rainha, imperador, embaixador), figuras sociais (gerente, nobre-secretário), e personagens do ritual (mestre, guia, contra guia, músicos e dançantes). Acontecem movimentos coreográficos de sentido bélico em conjunto com pausas e cantos a duas vozes, o clima sonoro varia entre ritmos de maior e menor intensidade. O que está sendo disputado é a coroa do Rei do Congo. As embaixadas foram registradas nos municípios de Rio Pardo, Taquari, Bom Retiro do Sul, Tavares, Mostardas e Palmares do Sul. (Fonte: CÔRTES, J. C. Paixão. Folclore Gaúcho: festa, bailes, música e religiosidade rural. Porto Alegre: CORAG, 2006. 426p.)


Folia do Divino



Manifestação hoje chamada de Louvação. Anteriormente os participantes saiam em comitiva a cavalo composta por Alferes da Bandeira, Tamboreiro e Cantores. A cavalgada iniciava três meses antes da Festa do Divino. As famílias recepcionavam os foliões com bebidas e comidas, e após acontecer a cantoria, a Bandeira do Divino era entregue ao dono da casa. Os participantes percorriam todos os cômodos da casa conduzindo a Bandeira e fazendo preces. Atualmente, inúmeras Bandeiras saem da igreja para a Louvação, que é realizada em um domingo estipulado pela comissão da Festa do Divino. É feita uma cerimônia em que o festeiro do ano anterior entrega a Bandeira ao próximo festeiro. Após a missa, cada comitiva parte para uma localidade. A comitiva da Louvação é composta por seis pessoas e um padre. Em todas as casas é feita uma cantoria seguida da visitação. A Folia do Divino acontece somente em Criúva, na regiao serrana do estado, distrito de Caxias do Sul. (Fonte: MARQUES, Lilian Argentina B. et al. Rio Grande do Sul: Aspectos do Folclore. Porto Alegre, Martins Livreiro, 2004. 178p.)


Maçambiques



Os Moçambiques ou Maçambiques compõem uma manifestação do folclore afro-brasileiro-rio-grandense ligada às festividades católicas, o grupo que integra este folguedo é chamado de Companhia e seus participantes são agricultores devotos de Nossa Senhora do Rosário. Nos Maçambiques, os personagens se referem a apresentação do auto e também ao comportamento social e sua função no grupo, são eles: Rei do Congo, Rainha Ginga, Pajens, Capitão-da-espada, Festeiro e Festeira, Rei e Rainha da Festa, Mestres, Dançantes, Alferes-da-Bandeira e Capitão-do-Mastro. A ordem dos acontecimentos durante as festas dos Maçambiques se dá da seguinte maneira: Peditório - procurador e tamboreiro percorrem o interior dos municípios pedindo donativos, eles circulam por Osório, Palmares do Sul, Tramandaí e Capão da Canoa; Novenas – o tríduo religioso acontece quinta, sexta e sábado, o domingo é o dia festivo; Visita à residência – o grupo de maçambiqueiros busca Rei, Rainha, Festeiro e Festeira em suas casas; Visita à Igreja – O pároco recebe os maçambiqueiros às 10 horas da manhã de domingo; Coroação na Igreja – Rei Congo e Rainha Ginga e também Rei e Rainha da Festa são coroados na missa de domingo; Na rua – ao som dos tambores, os maçambiqueiros cantam e dançam, realizando evoluções cadenciadas pela marcação dos guizos e maçacaias; Refeições – ao meio dia é oferecido um almoço aos membros da Companhia; À tarde – acontece a procissão de Nossa Senhora do Rosário, reunindo maçambiqueros, devotos e público. Os maçambiques são originais de Osório, mas já estiverem presentes em comunidades de Santo Antonio da Patrulha e de Taquara. (Fonte: CÔRTES, J. C. Paixão. Folclore Gaúcho: festa, bailes, música e religiosidade rural. Porto Alegre: CORAG, 2006. 426p.)


“Maçambiques de Osório”
Site: http://www.osorio.rs.gov.br/uploads/noticia/18105/maior_Maambique__site.jpg
visitado em 27/02/2016, às 22:30

“Grupo de maçambiqueiros durante o levantamento
do mastro da Festa do Rosário. Osvaldo Munari Raupp.
Osório, 2007” (Luciana Prass – p. 41)

“A saída das bandeiras do Maçambique. 
Osório, 2008.” (Luciana Prass – p. 107)
“Terno de maçambiques desfilando e cantando vendo-se
o capitão em primeiro plano à esquerda [...].” LETNO, Mari Rowell.
Osório, 1946. (Luciana Prass – p. 205)


Masquê




Manifestação constituída por apresentação, série de danças de motivos antigos (Caranguejo, Pezinho, Mazurca, Quadrilha) e coreografias atuais (Rancheira e Valsa). Dançada por bailarinos homens, de idades variadas, que formam pares e dançam de forma dramatizada. Alguns homens interpretam mulheres e todos os integrantes participam fantasiados, usando máscaras ou com o rosto pintado. Existe um casal chamado Barba-de-pau, formado por um “macaco e sua companheira”. Este casal movimenta-se livremente, executa coreografia extra, simulam brigas, beijos e brincam com o público. Todos os integrantes mantém-se anônimos, e após o momento musicoreográfico, vestem-se normalmente e desfilam pelo salão. Em seguida acontece um jantar de confraternização e um baile. O Masquê está ligado aos atos religiosos e comemorações ao santo padroeiro do município, festas do Divino ou louvor a outros santos, é considerado a parte profana destas festas. Acontece em Santo Antonio da Patrulha, no dia que homenageia o santo padroeiro da cidade. (Fonte: CÔRTES, J. C. Paixão. Folclore Gaúcho: festa, bailes, música e religiosidade rural. Porto Alegre: CORAG, 2006. 426p.)


“Baile do Masquê em Santo Antonio da Patrulha”
Site: http://www.santoantoniodapatrulha.rs.gov.br/pmsap/imagens/albuns/53590a782148d24042014095832.jpg visitado em 27/02/2016, às 22:50

“Afora as roupas masculinas (em fantasia), participantes vestem-se 
também com roupas intimas femininas e mesmo com 
adereços comuns a adornos próprios do sexo frágil.” (Paixão Côrtes – p. 165)

“O Baile do Masquê está ligado a acontecimento religioso, 
geralmente a uma data votiva de alguém santo ou santa.” 
Santo Antonio da Patrulha, 1982. (Paixão Côrtes – pag 167)


Quicumbis



Auto representativo da cultura afro, ligado ao catolicismo popular, no Rio Grande do Sul perdeu seu vigor e significado maior e transformou-se em uma modesta manifestação folclórica. Os dançantes fazem evoluções coreográficas nas ruas e estradas, em gêneros musicais chamados de mangueira, marimba, chulia, marcha, caída, mancada e catirité. Os temas tinham coreografias próprias para determinados momentos do auto. As danças possuiam grande efeito de movimentação e o grupo era composto por 6 a 8 pares de dançarinos masculinos. Na cidade de Bom Retiro do Sul, dançavam somente homens. Em Rio Pardo, homens e mulheres, durante as comemorações da abolição da escravatura nas festas do bicentenário da cidade. (Fonte: CÔRTES, J. C. Paixão. Folclore Gaúcho: festa, bailes, música e religiosidade rural. Porto Alegre: CORAG, 2006. 426p.)


“Quicumbi no Rincão dos Negros.” 
Rincão dos Negros, 2006 (Luciana Prass – p. 36)

“Desfile dos Quicumbis pela rua [...].” MMEL, s/a. 
Cahoeira do Sul, s/d. (Luciana Prass – p. 77)

“Seu Joci com a cuica do Quicumbi.” 
Rincão dos Negros, 2006. (Luciana Prass – p. 93)


Terno de Atiradores do Ano Novo



Esta manifestação é composta por um grupo de 15 a 20 homens mascarados ou não, alguns travestidos de mulher ou com os rostos tisnados de preto. Carregam espingardas artesanais de grosso calibre que possuem pólvora seca, com a finalidade de sepultar o ano velho e saudar o ano que esta chegando. Os participantes são acompanhados de gaita e violão. “Spruch” é o participante que saúda os donos da casa, desejando-lhes Feliz Ano Novo através de seu discurso saudação. Na entrada da casa os atiradores descarregam suas armas com tiros, e os homenageados oferecem-lhes comida e bebida. O Terno de Atiradores acontece nas cidades de Taquara, Ivoti, Sapiranga, Rolante, Dois Irmãos, Campo Bom e Igrejinha, durante o Ciclo Natalino e Ano Novo. Em Carazinho é conhecido como Felicitações de Ano Novo. (Fonte: CÔRTES, J. C. Paixão. Folclore Gaúcho: festa, bailes, música e religiosidade rural. Porto Alegre: CORAG, 2006. 426p.)


“Associação esportiva Seis de Setembro KM-04 participou do Terno de Atiradores”
Site: http://www.taquara.com.br/imgs_textos/10031%20s_foto.JPG 
visitado em 11/03/2016, às 16:30

“Banda Baila Baila entoou a festa no KM-04”
Site: http://www.taquara.com.br/home/show_page.asp?id_SHOW_noticia=3971&user=&id_CONTEUDO=2712&codID_CAT=817&imgCAT=&categoria=Not%EDcias#  visitado em 11/03/2016, às 16:32


Terno de Reis



Folguedo de origem portuguesa em que um grupo de pessoas, cantores e instrumentistas percorrem as casas das redondezas para anunciar o nascimento do Menino Jesus durante o Ciclo Natalino. Os grupos são compostos geralmente por homens, mas existem casos em que as mulheres participam. Um exemplo é o Terno das Fernandes composto somente por mulheres. Os Ternos costumam sair no início da noite e se estender até o amanhecer. As fases do Terno são: a Chegada - quando os participantes cantam em frente a casa, que ainda esta com as janelas fechadas e as luzes apagadas; em seguida o grupo saúda os donos da casa e pede licença para entrar; louvam o Menino Jesus em frente ao presépio; os cantos são interropidos quando os donos da casa oferecem comes e bebes; o Terno encerra sua visita cantando o Agradecimento e as Despedidas. Geralmente são escolhidos três homens no grupo para representarem os Reis Magos, trajando mantos e coroas; o restante do grupo usa roupa domingueira. O Terno de Reis acontece em Tapes, Camaquã, Taquari. Gravataí, Viamão, Osório, Santo Antônio da Patrulha, Palmares do Sul, Mostardas, Torres, Itapoã, Triunfo, General Câmara, São Sebastião do Caí e Rio Pardo. Em Encruzilhada do Sul, as crianças costumam sair às ruas com o rosto tisnado de carvão, durante o dia para "pedir Reis". Em Canoas, na Vila Santo Operário, no bairro Mathias Velho, um grupo de moradores celebra a chegada do Natal com o Terno de Reis. Eles saem pelas ruas do bairro, cantando e carregando a Bandeira do Divino. O Terno de Reis de Canoas incorporou novos elementos ao folguedo, além da Bandeira do Divino e da refeição partilhada com os membros da comunidade, instituiram uniforme para melhor identificação e organização do grupo e também criaram a Associação, local que acolhe as apresentações e festividades do Terno. O período em que acontecem as manifestações do Terno de Reis é durante o Ciclo Natalino, de 24 de dezembro a 06 de janeiro. (Fonte: MARQUES, Lilian Argentina B. et al. Rio Grande do Sul: Aspectos do Folclore. Porto Alegre, Martins Livreiro, 2004. 178p.; http://www.igtf.rs.gov.br)


“Crianças no Dia de Reis”
Site:http://www.encruzilhadadosul.rs.gov.br/prefeitura/_misc/img/common/img/noticia/n707/imagemNoticia.jpg  visitado em 27/02/2016, às 23:45

“Terno do Odemar em Santo Antonio da Patrulha”
Site: http://www.santoantoniodapatrulha.rs.gov.br/pmsap/imagens/noticias/5682a8475f3b429122015133535.jpg visitado em: 27/02/2016, às 21:50

“Publico aguardando as apresentações do Terno de Reis em Venâncio Aires.” Foto: Rui Borgmann
Site: http://www.venancioaires.rs.gov.br/uploads/noticia/30005/maior_reis_Rui_Borgmann_08_01_2016_3.jpg   visitado em 28/02/2016 00:12
“Terno se apresentando em Venâncio Aires.”
Site:http://www.venancioaires.rs.gov.br/uploads/noticia/30006/maior_reis_Cultivando_a_Tradio___
Marcos_Becker_Matheus_Becker_e_Vanessa_Becker_Rui_Borgmann_08_01_2016.jpg  
visitado em: 28/02/2016, às 00:14


Terno de Santos



Folguedo em que os cantadores visitam casas da comunidade durante o Ciclo Junino. Na noite anterior à comemoração do santo, ficam ao redor da fogueira cantando junto ao mastro onde serão penduradas laranjas e bergamotas. O Terno louva o santo e saúda o dono da casa, enquanto que lhe são oferecidos comes e bebes pelos anfitriões. O Terno é composto por dois mestres ou guias, que puxam os versos; por dois contramestres que tem a função de segunda voz e dois ajudantes de contramestre, responsáveis pela terceira voz nas cantorias. Os Ternos mais comuns na cidade são dedicados a São Sebastião, Santo Antonio e Sant’Ana. O Terno dos Santos acontece na cidade de Mostardas no período do Ciclo Junino. (Fonte: MARQUES, Lilian Argentina B. et al. Rio Grande do Sul: Aspectos do Folclore. Porto Alegre, Martins Livreiro, 2004. 178p.)


Festas



Festa de Finados


Era costume dos proprietários de estâncias do Rio Grande do Sul, pedirem para ser enterrados dentro do limite de suas terras. No local, protegido com uma cerca de arame farpado para que o gado não avançasse, eram construídas sepulturas rasas ou mausoléus e nele eram enterrados o fazendeiro, seus filhos, parentes e até amigos próximos. Uma semana antes do dia de Finados, a família fazia a limpeza das sepulturas e do Campo Santo. E então, no dia 2 de novembro, começava a chegar gente nas estâncias para prestar homenagens aos mortos. Os homens trajando preto, as mulheres de vestidos escuros e véus cobrindo a cabeça. O capelão iniciava o terço após ter ao menos uma vela acesa ao pé da cruz ou logo abaixo do nome do falecido, também era indispensável que no local houvesse uma imagem de santo. O espaço era decorado com flores silvestres, flores de papel e coroas de lata e arame. Iniciadas as orações do terço, entre um mistério e outro era costume circular uma garrafa de canha entre o capelão e os visitantes; além disso, entre as orações os presentes alimentavam-se com pão, linguiça frita, carne de porco e café preto. Quando o terço era finalizado, todos formavam uma fila e ajoelhados, beijavam a imagem do santo presente. Nos cemitérios da campanha, era costume passar o dia rezando, comendo, bebendo, chorando, contando causos e até mesmo namorando. Ao fim do dia, os campos ficavam iluminados pelo efeito das velas ainda acesas. (Fonte: CÔRTES, J. C. Paixão. Folclore Gaúcho: festa, bailes, música e religiosidade rural. Porto Alegre: CORAG, 2006. 426p.)

“Dia de Finados no interior do Rio Grande do Sul” (Paixão Côrtes – p. 152)


Festa do Divino Espírito Santo



A Festa do Divino corresponde às festividades de Pentecostes, que comemoram a descida do Espirito Santo sobre os Apóstolos. Não possui uma data fixa, pois acontece sempre cinquenta dias após a Páscoa. Foi uma festa comemorada em grande parte do país e hoje não tem a mesma expressão, sendo realizada somente em algumas cidades do interior do Estado.
Festa em Criuva – Inicia com o levantamento do mastro do Divino realizado pelo Capitão-do-Mastro. Em seguida, a benção dos tambores e bandeiras dá inicio à visitação das casas em peditório. São recolhidas doações que serão utilizadas ou leiloadas na festa. Durante os dias da festa também acontecem jogos e rifas e são eleitas rainha e aias do Divino. São realizadas novenas na presença dos Festeiros, Alferes-da-Bandeira e Foliões do Divino. Os Alferes conduzem as bandeiras até a igreja e após ao salão paroquial, onde acontece a janta seguida de baile. No domingo é realizada a Festa do Divino, com missa solene, procissão, almoço e baile.
Festa em Mostardas – A cidade realiza a Festa do Divino desde a sua fundação. O levantamento do mastro, realizado por seis rapazes trajando opas vermelhas dá inicio aos festejos, eles são acompanhados pelo Festeiro, Espadim e Alferes-da-bandeira. A primeira novena acontece durante a tarde e as bandeiras são levadas para a igreja pela Festeira e a Noveneira. São feitas reuniões dançantes e jantas especiais durante o período das novenas, quermesses no salão paroquial, bailes na sexta, sábado e domingo. O novo festeiro é escolhido em frente a igreja e em homenagem a ele, acontece o baile na segunda-feira seguinte, encerrando a Festa do Divino.
Festa em São Sepé – Nesta festa existe a presença do Meninos Imperador I e II e das Meninas Imperatriz I e II, o Imperador Festeiro e a corte de Aias. Acontece a procissão pela cidade, com bandeiras entrecruzadas, o cerimonial de troca das bandeiras entre velho e novo festeiro e o levantamento do mastro colorido com a Bandeira do Divino em frente a Igreja. A comunidade mantém as figuras do Pajem-do-Estoque, que recebe e estoca os donativos doados pelos devotos, do Procurador, do Capitão-do-Mastro, do Alferes-da-Bandeira, do Tenente-da-Fogueira e dos Mordomos adultos. São nove dias de festa incluindo novena, missa, jogos e leilões no salão paroquial.
Festa em Carazinho – É promovida pela Paróquia Nossa Senhora do Bom Jesus. O Imperador Festeiro é escolhido anualmente no último dia da novena, sendo sorteado entre vinte concorrentes. A partir desta escolha, ele receberá o Símbolo do Divino Espirito Santo que ficará um ano em sua casa, até o inicio da próxima festa, sendo levado em procissão para a igreja no 1º dia da novena. O Imperador levará a bandeira de casa até a igreja sendo acompanhado por pajens, seguido de seus familiares e dos devotos. A entrega dos donativos dos fiéis acontecerá na missa, sendo recolhidos pelos pajens. No encerramento da festa, a imagem do Divino Espirito Santo será levada para casa do novo Imperador.
Festa em Soledade – Foliões levam a Bandeira do Divino de casa em casa, fazendo o peditório e cantando, abençoando as residências rurais. No local de pousada da comitiva dos Foliões, depois do Terço-de-campanha, acontece um fandango custeado pelo dono da casa. No dia de devoção ao santo, os donativos arrecadados são oferecidos à comunidade num almoço festivo chamado “bodo”.
Festa em São Miguel (distrito de Santo Angelo) – A Bandeira do Divino é carregada a cavalo, em peregrinação rezada, pedindo por chuva na região. A bandeira sai de uma residência rural e visita casas e ranchos, sendo acompanha por fiéis. Atendida a promessa com a chegada da chuva, se faz um baile na estância. É improvisado um oratório com velas e a pombinha do Divino em frente aos pares que dançam. (Fonte: CÔRTES, J. C. Paixão. Folclore Gaúcho: festa, bailes, música e religiosidade rural. Porto Alegre: CORAG, 2006. 426p. - MARQUES, Lilian Argentina B. et al. Rio Grande do Sul: Aspectos do Folclore. Porto Alegre, Martins Livreiro, 2004. 178p.)

“Festa do Divino em Criúva.” Foto: Ícaro de Campos
Site: https://www.caxias.rs.gov.br/_common/image.php?img=noticia_fotos/foto_53340.JPG&tamanho=g  visitado em: 11/03/2016, às 17:14

“Festa do Divino em Criúva.” Foto: Ícaro de Campos
Site: https://www.caxias.rs.gov.br/_common/image.php?img=noticia_fotos/foto_53344.JPG&tamanho=g visitado em: 11/03/2016, às 17:15.

“No ato do “levantamento do mastro” geralmente estão presentes:
Irmandade Religiosa, Capitão-do-Mastro, Alferes da Bandeira, 
além do festeiro com a família e o padre abençoando a todos. 
Frequentemente completava esse quadro bandinha ou, 
quando nas residências isoladas, músicos cantando a folia.”
 (Paixão Côrtes – p. 107).


Festas Juninas



O ciclo das Festas Juninas ocorre entre os dias 13 e 29 de junho em todo o território brasileiro em devoção a Santo Antônio, São João, São Paulo e São Pedro. No Rio Grande do Sul, aproximadamente 72 localidades homenageiam estes Santos através de missas, novenas, distribuição de pães, procissões que podem ser diurnas, noturnas e até motorizadas, queima de fogos de artificio, leilões, diversas brincadeiras – pau-de-sebo, porco ensebado, jogo de víspora, casamento na roça -, além de espetáculos artísticos, comes e bebes e bailes. Também são montadas fogueiras, cada uma correspondente a um Santo e com formato próprio. Em algumas localidades é realizada a cerimônia do Levantamento do Mastro com suas respectivas bandeirinhas. Nestas festas, podem-se perceber as figuras do Capitão do Mastro, Alferes da Bandeira, Tenente da Fogueira, Festeiro e Clérigo. O Terno Junino é visto em Palmares do Sul, Mostardas e Tavares, também é lembrado pelos habitantes de Osório, Tramandaí e Santo Antonio da Patrulha. Nos mesmos moldes do Terno de Reis, os devotos saem de suas casas usando trajes habituais do meio rural e seguem por entre as casas da localidade tocando e cantando quadrinhas que são alusivas aos Santos. Eles saem à noite e seguem com as cantorias por toda a madrugada; inicialmente os caminhos eram percorridos a cavalo ou a pé, hoje os devotos utilizam automóveis para cumprir seu percurso entre as casas. O principal reverenciado é São João, porém em Tavares acontece o Terno de São Pedro. O cerimonial da festa segue uma sequência de cinco momentos: Chegada – os devotos cantam em frente as casas ainda escuras; Entrada – com a luz da casa já acesa e sua porta aberta, os integrantes do Terno fazem seu ingresso na casa; Louvação e Peditório – os momentos de Louvação ao Santo e Peditório de donativos acontecem dentro da casa; Agradecimento – após serem acolhidos com comes e bebes, baile ou receberem o donativo, os integrantes do Terno agradecem aos donos da casa; Despedida – esta acontece pátio, no momento em se encerra a visitação. Na cidade de São Borja, é realizada a procissão de São Joãozinho Batista. A procissão percorre as ruas da cidade, na véspera de São João, conduzindo sua imagem até a Praça da Lagoa, local onde o Lavador irá dar três voltas na água carregando o andor do santo. Quando retornam com a imagem em procissão até a casa festeira, é realizado o baile, repleto de iguarias da culinária como canjica, rapadura, pé-de-moleque, batata-doce assada, pinhão, pipoca, quentão e cachaça. Em Mostradas, o Terno dos Santos faz visitações nas casas, cantando e louvando os padroeiros. Porto Alegre tem sua 1ª Festa Junina aberta ao público em junho de 1980. Na ocasião foram reunidas 50 mil pessoas e a festa foi uma realização da Fundação de Educação Social e Comunitária – Fesc -, e obteve o apoio do IGTF, EPATUR, Secretaria de Cultura, Desporto e Turismo e da RBS. O objetivo da festa era promover para o público uma das mais antigas tradições do povo brasileiro, a comemoração dos Santos Padroeiros Antônio, João, Pedro e Paulo. Foram realizadas atividades recreativas para todas as faixas etárias e na ocasião da festa, também se procurou diferenciar os aspectos ligados à tradição gaúcha (roupas, músicas, comidas, danças, brincadeiras) das manifestações caipiras. Tendo em vista que são duas culturas distintas que devem manter a sua dignidade moral, cultural e artística. (Fonte: CÔRTES, J. C. Paixão. Folclore Gaúcho: festa, bailes, música e religiosidade rural. Porto Alegre: CORAG, 2006. 426p. - MARQUES, Lilian Argentina B. et al. Rio Grande do Sul: Aspectos do Folclore. Porto Alegre, Martins Livreiro, 2004. 178p.)


“Festa Junina em Viamão”
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visitado em: 28/02/2016, às 00:35

“Festa Junina em Viamão”
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Nossa Senhora dos Navegantes (Festa da Melancia)




As comemorações de Nossa Senhora dos Navegantes originam-se em Porto Alegre para homenagear a Padroeira dos Navegantes. Inicialmente realizada no bairro Menino Deus, a imagem de Nossa Senhora dos Navegantes era levada em cortejo terrestre até a “rampa do mercado”, embarcada, e seguia em procissão até o bairro Menino Deus. A imagem era recebida com honrarias e levada até a igreja, seguida de cerimônia religiosa com cânticos e orações. Após os presentes saiam à rua para festejar. Em 1875 foi doado o terreno para a construção da Igreja Nossa Senhora dos Navegantes, pela cidadã portuguesa Margarida Teixeira Paiva; e em 1886, acontece a primeira festa no Arraial dos Navegantes. Atualmente a festa reúne milhares de pessoas no dia 02 de fevereiro, para a realização de atos litúrgicos na Igreja Nossa Senhora do Rosário. De lá, a imagem sai carregada em andor, ao som de foguetes e da Banda da Brigada Militar, até o portão central do Porto. E então, parte para a peregrinação fluvial pelo Guaíba em direção à igreja com seu nome. Na procissão fluvial, ela é acompanhada por barcos enfeitados com bandeirinhas azuis e brancas que saúdam a sua passagem pelo rio com flores, velas e pagamentos de promessas.
Também conhecida como Festa da Melancia, inicialmente durante os dias da festa uma grande quantidade de melancias era saboreada pelos devotos, trazidas nas embarcações que participavam da parte fluvial da festa e também pelos carreteiros vindos do interior que acampavam próximo a igreja. Hoje, além de melancias, são comercializadas estatuetas religiosas, medalhinhas, correntinhas, santinhos, e também artigos alimentícios.
A festa costuma reunir representantes da igreja católica e da umbanda, devotos da religião afro-brasileira jogam oferendas para Yemanjá, e a procissão fluvial é o momento mais importante desta festa. O barco principal é acompanhado por outras embarcações que são enfeitadas e cheias de fiéis. 
Além de Porto Alegre, a festa de Nossa senhora dos Navegantes acontece em várias outras cidades do Estado, como Rio Grande, Tramandaí, Arroio do Meio, Rodeio Bonito, Vicente Dutra, Tapes, São Lourenço do Sul, Camaquã. Simultaneamente, homenagens a Yemanjá acontecem em inúmeras cidades, especialmente na orla marítima, Pinhal, Cidreira, Praia do Cassino e margens da Lagoa dos Patos. Os inúmeros centros de Umbanda cumprem suas “obrigações” com a Mãe das Águas, seguidos de assistência de devotos e curiosos. (Fonte: CÔRTES, J. C. Paixão. Folclore Gaúcho: festa, bailes, música e religiosidade rural. Porto Alegre: CORAG, 2006. 426p. - MARQUES, Lilian Argentina B. et al. Rio Grande do Sul: Aspectos do Folclore. Porto Alegre, Martins Livreiro, 2004. 178p.)


“Homenagens à Nossa Senhora dos Navegantes em São Jose do Norte”
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201602040816441253_thumbDestaqueNoticia.JPG 
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“Homenagens à Nossa Senhora dos Navegantes em São Jose do Norte”
Site:http://www.saojosedonorte.rs.gov.br/manager/uploads/arquivos/noticias/4653/original_201602040817062770.JPG visitado em: 27/02/2016, às 19:44

“Procissão motorizada em Torres.”
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visitado em: 27/02/2016, às 19:55

“Festa de Nossa Senhora dos Navegantes em Viamão.”
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São Sebastião



Os festejos para São Sebastião estão presentes em algumas regiões do Estado como a área do Rio Jacuí, Depressão Central, Planalto Médio e Campos de Cima da Serra. Seus devotos apelam por proteção contra epidemias, doenças e ferimentos humanos. Em São Sebastião do Caí, seus devotos dedicam-se a um programa festivo que acontece entre os dias 13 e 20 de janeiro, sendo que quinze dias antes do inicio da festa, a bandeira com a imagem do santo percorre bairros e distrito da cidade, sendo carregada por zeladoras das 51 capelas existentes na região. A bandeira é recebida pela dona da casa e percorre todas as dependências do lugar. Uma bandeja de papelão é deixada no local para receber a contribuição dos devotos, um cartão com nome do devoto e local para entrega do donativo, geralmente a Casa Paroquial. No dia 20 de janeiro acontece um sorteio entre aqueles que contribuíram com as bandejas e um prêmio é entregue ao contemplado. Um casal de festeiros é sorteado entre 3 casais pré-selecionados e sua posse acontece após a procissão, no dia de São Sebastião, e recebe em praça pública a bandeira do padroeiro. A cada noite de novena, anterior ao dia 20 de janeiro, acontecem atos religiosos na igreja e os corais entoam hinos à São Sebastião. Os festeiros convidam o público para estes atos religiosos e também para jogos de tiro ao alvo, pescaria, carrossel e roda gigante. Nas cidades de Venâncio Aires e Soledade acontecem festejos com foguetes, música, leilões, jogos, rezas, procissão e churrasco. Em Lagoa Vermelha e Vacaria os fiéis desejam que São Sebastião derrame suas bênçãos à criação. Oratórios são montados na parede dos banheiros-de-gado, local onde os animais são levados para um banho de imersão que combate doenças. O devoto acende velas e reza para o padroeiro enquanto o gado está na imersão. As famílias das áreas agropastoris de Fontoura Xavier reúnem-se solene e espontaneamente numa demonstração de fé e catolicismo folclórico para reverenciar São Sebastião com orações rezadas e cantadas. No Rincão de Pedras Brancas, localizado nesta cidade, os festejos em devoção ao santo contêm os rituais da Mesa dos Inocentes, da Fincação do Mastro e do Pagamento de promessas. Após a Mesa dos inocentes e dos adultos, os devotos saem em procissão carregando a imagem de São Sebastião até o local onde acontecerá a Fincação do Mastro. Orações são puxadas pelo Capelão e a Fincação do Mastro é feita pelos pagadores de promessa no terreiro da casa da família festeira. É colocada a bandeirinha de pano com o nome do Santo e sua figura litúrgica bordada pela dona da casa. Em seguida, os devotos retornam a casa para pagar as promessas e neste caminho de volta eles rezam em procissão. Já em casa, diante do oratório, louvações são cantadas em homenagem ao Santo e após os atos religiosos acontece a parte profana da festa com cantorias e recreações. (Fonte: CÔRTES, J. C. Paixão. Folclore Gaúcho: festa, bailes, música e religiosidade rural. Porto Alegre: CORAG, 2006. 426p.)

“Procissão de São Sebastião em Venâncio Aires.” Foto: Rui Borgmann
Site: http://www.venancioaires.rs.gov.br/uploads/noticia/30078/maior_IMG_2400.jpg
visitado em:  28/02/2016, às 00:17

“Procissão de São Sebastião em Venâncio Aires.”  Foto: Rui Borgmann
Site: http://www.venancioaires.rs.gov.br/uploads/noticia/30086/maior_IMG_2425.jpg
visitado em: 28/02/2016, às 00:18

“Nos dias atuais, no interior do município de Fontoura Xavier,
ainda vamos encontrar velha tradição rio-grandense, alusiva a Santos Padroeiros,
como é o caso desta “fincação” de mastro e levantamento
da “bandeirinha” a São Sebastião.” (Paixão Côrtes – p. 144)

“Nos dias atuais, no interior do município de Fontoura Xavier,
ainda vamos encontrar velha tradição rio-grandense, alusiva a Santos Padroeiros,
como é o caso desta “fincação” de mastro e levantamento
da “bandeirinha” a São Sebastião.” (Paixão Côrtes – p. 144)



Danças



Dança das Jardineiras


A dança das Jardineiras se destacou nas Festas do Divino Espirito Santo, padroeiro de Cruz Alta. Ocorreu com mais frequência entre os séculos XIX e XX. A principal característica desta dança são moças vestidas de saiote azul e corpete cor de rosa, enfeitadas com muitas fitas, ou então todas trajando branco, segurando arcos enfeitados com flores, ao som de uma gaita, e os moços com quem formam par, vestem calças azuis e camisas brancas. A Dança das Jardineiras pode ser dançada isoladamente ou antes do Pau-de-Fitas ou de algum Auto. Os pares colocam-se em formação de meia lua, volteiam e agitam os arcos. Além de ser destaque nas Festas do Divino, também é realizada no Carnaval, em junho e no Natal. (Fonte: HOFFMANN, Carmen Anita. A trajetória do curso de dança da UNICRUZ: 1998 – 2010. 2015, 196f. Tese (Doutorado em História) – Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2015)

“Os dançarinos da jardineira, na Festa do Divino Espírito santo.”
Foto: Josino dos Santos Lima. Extraído de: ROSA, I. V. do P. Uma Terra... Um Povo... Uma Cruz... Uma Cidade... Cruz Alta – Histórias que fazem a história da cidade do Divino Espirito Santo da Cruz Alta.
Rio de Janeiro: Tipo Editor Ltda. 1981. P.83. (Carmen Anita Hoffmann, pag 92)


São Gonçalo



Parte de uma festa que ocorre por pagamento de promessa de graça obtida, restituição de saúde ou pedido de moça que quer casar. Acontece à noite, após um ato religioso, num espaço onde é montado um oratório com a imagem de São Gonçalo, outros santos e Cristo crucificado. De cada lado do oratório ficam os pagadores de promessas, em frente aos dançantes e segurando as imagens dos santos. Os pagadores de promessas são um casal e qualquer pessoa que tenha vontade pode participar, deve-se formar um par composto por homem e mulher e não há roupa especial para a ocasião. São Gonçalo é a única dança da área campesina de caráter religioso encontrada no Rio Grande do Sul, em que o par devoto de um santo católico, realiza movimentos coreográficos, expressando suas suplicas e gratidão espiritual por uma graça atendida. A dança de São Gonçalo é dividida em três momentos: 1) Os violeiros, em frente ao oratório, cantam e dançam; 2) Os violeiros cantam e dançantes fazem a parte coreográfica, que inclui reverências aos santos, formação e deslocamentos de filas e círculos; 3) Os pares dançam enlaçados. A manifestação acontece no distrito de Criúva, em Caxias do sul e em São Francisco de Paula; não possui uma data fixa especial pois depende da vontade dos pagadores de promessa. Antigamente era realizado no dia de São Gonçalo, 10 de Janeiro. (Fonte: CÔRTES, J. C. Paixão. Folclore Gaúcho: festa, bailes, música e religiosidade rural. Porto Alegre: CORAG, 2006. 426p.)

“Inicio e transcorrer de uma roda de São Gonçalo.” (Paixão Côrtes – p. 174)

“Inicio e transcorrer de uma roda de São Gonçalo.” (Paixão Côrtes – p. 174)

“A foto registra o momento da “mesura” de um gaúcho devoto a 
São Gonçalo, figura coreográfica esta, de sentido sacro 
(dança sagrada) no ritual a este santo.”
Criúva, 1982. (Paixão Côrtes, p. 188)



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